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Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro – CRMV-RJ

Maricá, no Rio de Janeiro, é palco de ação coletiva de Saúde Única em aldeias indígenas

Matéria escrita por:

Clínica Veterinária

3 de set de 2025

Divulgação: CRMV-RJ Divulgação: CRMV-RJ

As aldeias indígenas guaranis de Maricá, RJ, foram palco nos dias 27 e 28 de agosto de uma ação de Saúde Única que reuniu profissionais de diversas áreas e instituições parceiras em uma iniciativa conjunta. Médicos-veterinários, médicos, enfermeiros, biólogos, psicólogos, antropólogos, assistentes sociais e outros especialistas atuaram com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), Instituto de Ciência, Tecnologia e Biomodelos da Fiocruz (ICTB/Fiocruz), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual do Oeste de São Paulo (Unioeste), Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul (Dsei Litoral Sul) e Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), levando cuidados à saúde humana, animal, ambiental e ecossistêmica nas aldeias Mata Verde Bonita (Tekoa Ka’Aguy Ovy Porã) e Céu Azul (Tekoa Ara Hovy).

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Divulgação: CRMV-RJ

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Na aldeia Mata Verde Bonita, foram coletadas 48 amostras de sangue de moradores e 28 de cães, além de amostras de solo e água. Também foram realizados cuidados preventivos com vacinação e vermifugação dos animais. Na aldeia Céu Azul, foram realizadas 25 coletas humanas, cinco de cães, além de coletas ambientais de solo e água e ações preventivas com os animais.

A missão buscou entender as condições de saúde das comunidades indígenas e de seus animais domésticos, além do ambiente compartilhado. Em fevereiro deste ano, as comunidades de Sapukai, em Angra dos Reis, e Paraty-Mirim, Araponga, Rio-Pequeno e Iriri-Pataxó, em Paraty, também receberam a ação.

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Segundo Carla Freitas, diretora adjunta do ICTB/Fiocruz e membro das comissões de Gestão de Riscos de Animais em Desastres, de Meio Ambiente e de Saúde Única do CRMV-RJ, a presença do médico-veterinário é essencial em ações desse tipo. “O médico-veterinário desempenha um importante papel em projetos de Saúde Única, pois sua formação já oferece uma visão abrangente. Essa perspectiva permite conectar a saúde de diferentes espécies e do meio ambiente de forma integrada com outros profissionais. Trabalhamos com o conceito ampliado de saúde, que vai além da ausência de doenças, envolvendo condições adequadas de moradia, alimentação, paz, segurança e outras questões sociais”, afirmou.

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Divulgação: CRMV-RJ

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O presidente das Comissões de Meio Ambiente e de Gestão de Riscos de Animais em Desastres do CRMV-RJ, Eduardo Mayhe, também destacou o caráter coletivo da iniciativa. “A Saúde Única só se concretiza quando diferentes saberes se unem em prol de um mesmo objetivo. Essa ação mostra como a integração entre instituições, profissionais e comunidades indígenas fortalece a promoção da saúde de forma ampla, contemplando pessoas, animais e o ambiente onde vivem”, disse.

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Para Jhoni Inácio, enfermeiro do DSEI Litoral Sul, o trabalho conjunto amplia os resultados dentro das comunidades: “É importante a integração dessas entidades, essa abrangência dentro dos territórios, desenvolvendo ações voltadas para a saúde única. A saúde deve ser considerada no nível humano, ambiental e também animal. Realizar coletas e considerar o contexto social e ambiental em que essas comunidades estão inseridas reflete em vários aspectos do cuidado.

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As lideranças locais também ressaltaram a relevância da iniciativa. Amarildo (Vera Yapuã), liderança na área de saúde da aldeia Mata Verde Bonita, lembrou da importância do cuidado com os animais e a importância de prevenir zoonoses que podem ser transmitidas para os seres humanos. “Tem bastante cachorro aqui, está na faixa acima de cinquenta cães, então a gente recebe essas ações dentro da aldeia para prevenir e cuidar da saúde, o que para a gente é muito importante. Agradecemos mais uma vez todas as pessoas envolvidas e seguimos nessa luta”, disse.

Já Tupã, também liderança da aldeia, enfatizou o valor simbólico da ação. “Venho aqui agradecer e dizer que estou muito grato pela ação na comunidade indígena. É mais do que uma ação, é cuidado com a vida. A aldeia da Mata Verde Bonita está numa área de restinga aqui em Maricá. Todos os dias encontramos animais abandonados, e a aldeia tem muito carinho por eles, pois entendemos que não nasceram de nós, mas nasceram para nós”, declarou.

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Divulgação: CRMV-RJ

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A atividade reforça a importância da atuação multiprofissional e da cooperação entre diferentes áreas do conhecimento na promoção da saúde nos territórios indígenas, consolidando o conceito de Saúde Única como prática fundamental para o bem-estar das comunidades, dos animais e do meio ambiente.