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Clinica Veterinária

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Editorial

Edição especial WSAVA

Editorial 148

Matéria escrita por:

Maria Angela Sanches Fessel

1 de set de 2020

Créditos: Andrey Kuzmin Créditos: Andrey Kuzmin

Apresentamos uma edição especial com um resumo especialmente voltado para o Brasil sobre as diretrizes vacinais da World Small Animal Veterinary Association – WSAVA (Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais) para a América Latina. O intuito de publicar este resumo em parceria com a WSAVA é oferecer a todos os profissionais de medicina veterinária de nosso país a oportunidade de conhecer as orientações mundiais dessa entidade e compará-las com a realidade latino-americana – e em especial com a brasileira. Apenas uma minoria de médicos-veterinários no Brasil acessa regularmente revistas científicas internacionais, bem como os documentos disponibilizados no site da WSAVA. Por essa razão, a revista Clínica Veterinária, em parceria com o Vaccination Guidelines Group (VGG – Grupo de Diretrizes de Vacinação da WSAVA), está dando grande destaque nesta edição a um resumo dessas “Recomendações sobre a Vacinação para médicos-veterinários de pequenos animais na América Latina”. Vale a pena a leitura.

Estar informado sobre as diferentes realidades da vacinação ao redor do mundo é essencial para podermos discutir soluções e melhorar cada vez mais a qualidade dos serviços prestados à população. A comparação entre a nossa realidade e a dos demais países em relação à vacinação permitirá fazer escolhas mais conscientes e éticas, e elevar o padrão do atendimento médico-veterinário.

Unindo esforços, os profissionais, as entidades de classe, as empresas do setor e os legisladores poderão encontrar juntos novas soluções para enfrentar os cenários das diversas doenças infecciosas passíveis de prevenção com o uso de vacinas.

A medicina veterinária de pequenos animais caminha ao lado da saúde pública e do controle de zoonoses, entre as quais as que procedem da relação com animais silvestres têm se mostrado graves e de difícil controle. Leishmaniose, febre amarela, coronaviroses, entre tantas outras, refletem a falta de cuidados com a natureza e o despreparo geral da população humana em se relacionar com o ambiente e as demais espécies.

A situação ecológica planetária vem se deteriorando a uma velocidade assustadora, e ainda assim muitos seres humanos se recusam a aceitar nossa imensa responsabilidade nessa questão. A água potável já é um luxo para uma imensa parcela da população humana e animal do planeta. O ar puro também. Alimentos de boa qualidade, terra agriculturável e tantos outros recursos que nosso planeta nos oferece continuam sendo desperdiçados de modo egoísta e irresponsável, como se uma possível disponibilidade de outro planeta habitável fosse algo mais do que uma projeção ilusória.

Apesar de décadas de esforços de uma grande parcela de cientistas e de pessoas esclarecidas, a destruição do meio ambiente segue em alta velocidade, da Amazônia aos desertos do Afeganistão, da Groenlândia às geleiras da Antártida. Reconhecendo o papel crucial dos oceanos como grandes reguladores do clima, as Nações Unidas declararam de 2021 a 2030 a Década Internacional da Oceanografia para o Desenvolvimento Sustentável. Nesta edição, dedicamos uma matéria a essa iniciativa, que visa ampliar a cooperação internacional em pesquisa para promover a preservação dos oceanos e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras, buscando estimular a pesquisa e superar as imensas lacunas de conhecimento a respeito deles. Aprofundar nossos conhecimentos acerca dos oceanos, imensa fonte de vida do planeta, pode nos auxiliar no aprendizado sobre preservação ambiental que nossa espécie tanto precisa desenvolver.