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Saúde Única

Brasil tem o primeiro Biorrepositório Nacional da Biodiversidade

Bionabio é projeto inédito no país, liderado pelo médico-veterinário Ricardo Dias, da USP, e foi desenvolvido em parceria com o Instituto Todos pela Saúde

Matéria escrita por:

Clínica Veterinária

28 de out de 2025


O Biorrepositório Nacional da Biodiversidade (Bionabio), iniciativa inédita no Brasil que tem o objetivo de aprimorar a vigilância de patógenos em animais silvestres, acaba de ser lançado. O projeto, coordenado pelo médico-veterinário Ricardo Dias, professor na Universidade de São Paulo (USP), foi desenvolvido em parceria com o Instituto Todos pela Saúde (ITpS).

O surgimento de novas doenças, em especial de origem zoonótica, é um desafio crescente para a saúde pública global, e o Brasil se destaca por ter biomas tão diversos como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Nesse contexto, o Bionabio busca fortalecer e estimular ações que mitiguem o risco de transbordamento de patógenos emergentes na fauna para seres humanos, além daqueles patógenos que ameacem a biodiversidade, e também pesquisas que consideram a integração entre saúde humana, animal e ambiental, observando a abordagem de Uma Só Saúde. Mapear a diversidade de microorganismos na fauna brasileira e seus impactos para os seres humanos é fundamental para prevenir e prever surtos de doenças.

Diferentemente de um repositório de amostras animais centralizado, o Bionabio funciona como uma rede virtual colaborativa. As amostras – provenientes de animais vivos, debilitados, capturados ou mesmo mortos – permanecem em seus locais de origem, como centros de triagem, coleções científicas e serviços de atendimento a animais selvagens, mas passam a integrar também uma base de dados unificada, seguindo regras de custódia e governança. O objetivo é que a plataforma se torne uma verdadeira biblioteca de dados de diversas espécies animais, de modo a ampliar a cooperação científica e facilitar a investigação biológica, favorecendo a identificação precoce de riscos epidemiológicos.

“O Bionabio representa um marco para o Brasil. Ele não é apenas um banco de dados, mas uma rede viva de colaboração científica que fortalece a nossa capacidade de vigilância de patógenos emergentes. Em um país de dimensões continentais e de tamanha biodiversidade, ter uma ferramenta como essa é estratégico para prever riscos e proteger tanto a saúde humana quanto a animal”, afirma Ricardo Dias. 

Pesquisadores do ITpS participaram da concepção do Bionabio e do modelo de governança, assim como da definição de protocolos de amostragem e do desenho da estratégia de integração dos dados. Além do ITpS, o projeto conta com a colaboração de mais de cem profissionais de instituições de referência em diferentes regiões do país, reforçando a proposta descentralizada.

“Participar do desenvolvimento do Bionabio é contribuir para um novo patamar de ciência aplicada à saúde no Brasil. Cada amostra registrada carrega informações que podem ser decisivas para a compreensão de doenças emergentes e para a prevenção de surtos. É uma ação que conecta biodiversidade, pesquisa e saúde pública em um mesmo eixo de proteção”, diz o virologista Anderson Brito, coordenador científico do ITpS.

Com a institucionalização da rede, o Bionabio também busca assegurar a sustentabilidade de longo prazo, com treinamentos contínuos, ampliação de infraestrutura e maior capilaridade de coleta e análise. Assim, o projeto reforça a missão de construir um sistema robusto de vigilância que fortaleça a capacidade do Brasil de responder a futuras ameaças à saúde.

Para acessar o Bionabio: https://biona.bio.br/.

 

Sobre o ITpS

O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que auxiliem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias. Os trabalhos foram iniciados com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. O ITpS tem como associada mantenedora a Fundação Itaú e como associados a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.