A importância de um alimento de alta palatabilidade para o paciente doente renal crônico
Um dos grandes desafios da rotina clínica é realizar o manejo e o controle corretos dos sinais clínicos do paciente com doença renal crônica (DRC), enfermidade que cada vez mais tem se tornado comum, acometendo principalmente cães e gatos idosos.
Dentre as estratégias terapêuticas disponíveis para o tratamento, o alimento coadjuvante renal é considerado a via com maior probabilidade de aumentar a longevidade em pacientes com DRC nos estágios 3 e 4. A Sociedade Internacional de Interesse Renal (Iris, em inglês) estabelece que esse tipo de alimento deve ser recomendado para cães e gatos a partir do estágio 2.
Apesar de o alimento ser um forte aliado no tratamento, a aceitação da dieta coadjuvante por parte do animal é comumente dificultosa, principalmente em estágios mais avançados da DRC em que os episódios de náusea, êmese, hiporexia ou anorexia se destacam como alguns dos principais sinais clínicos. Diante desse paradigma, a palatabilidade do alimento e o manejo alimentar são pontos-chave para o sucesso do tratamento.
A palatabilidade está diretamente ligada ao processamento e à qualidade dos ingredientes utilizados na composição do alimento. No caso das dietas coadjuvantes renais, a palatabilidade pode ser incrementada pelo tipo de proteína inclusa na formulação. Para isso, é necessário incluir fontes de proteína de alto valor biológico e alta palatabilidade, como, por exemplo, a carne mecanicamente separada – um tipo de carne fresca, que demonstrou maior aceitação de cães quando comparado àqueles alimentos que utilizavam farinha de aves. Adicionalmente, a qualidade e o nível de gordura da dieta também colaboram para incrementar a palatabilidade.
Quanto ao manejo alimentar, a troca para o alimento coadjuvante renal somente deve ser realizada quando o animal estiver estabilizado, visto que pacientes com DRC em crise comumente criam aversão ao alimento oferecido. Além disso, diversos estudos demonstram que, para garantir maior aceitação do paciente com DRC à dieta, a troca gradativa deve ser feita durante 3 a 4 semanas.
Além dos fatores supracitados, as preferências individuais do paciente com DRC também podem contribuir para a não aceitação do alimento renal. Para tanto, é importante dispor de alternativas com diferentes texturas e aromas, sendo o alimento coadjuvante úmido renal uma opção excelente. Por sua alta palatabilidade, ele estimula o apetite, podendo ser fornecido sozinho ou misturado ao alimento coadjuvante renal seco, o que favorece a aceitação da dieta.
Ao estipular o protocolo de tratamento da DRC, é interessante optar por uma dieta coadjuvante renal que contenha diferenciais que incrementem sua palatabilidade, como a carne fresca, e ofereça opções com diferentes texturas, como o alimento coadjuvante úmido.
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