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Saúde Pública

Toxocara cati

Um agente subestimado na toxocaríase humana (Larva migrans)

Créditos: Xi Xin Xing Créditos: Xi Xin Xing

Introdução 

A toxocaríase humana é uma zoonose parasitária negligenciada, com prevalência mundial estimada em 19%, equivalente a aproximadamente 1,4 bilhão de indivíduos 1. Os agentes etiológicos da doença são nematódeos do gênero Toxocara spp., atualmente composto por 26 espécies descritas morfologicamente, sendo T. cati e T. canis as espécies com importância zoonótica 2.

T. canis e T. cati são parasitos que habitam o intestino delgado de cães e gatos (hospedeiros definitivos), respectivamente, com maior prevalência em filhotes de até 1 ano de vida 3. O ciclo de vida do parasito (Figura 1) se inicia com a liberação de ovos nas fezes, que atingem o estágio embrionário no meio ambiente até o desenvolvimento de larva de terceiro estágio 6. Esses animais podem ser infectados por meio da transmissão vertical, pelas vias transmamária e/ou transplacentária 7. Apesar de a via transplacentária estar associada apenas à transmissão de T. canis, recentemente a infecção por T. cati por essa via foi observada em um estudo experimental com ratos 8.

 

Figura 1 – Esquema do ciclo de vida e transmissão de Toxocara spp. Parasitos adultos (macho e fêmea) localizados no intestino delgado (ID) dos hospedeiros definitivos (HD) realizam reprodução sexuada, e as fêmeas produzem ovos não embrionários (a), que são liberados nas fezes (b). Em condições de temperatura e umidade favoráveis, ocorre o desenvolvimento embrionário dos ovos no ambiente (1 a 4 semanas), e eles se tornam infectáveis (c). Os ovos infectivos (contendo a larva L3) podem ser ingeridos por HD ou por hospedeiros paratênicos (HP), como aves, roedores, coelhos e outros mamíferos (d). Os ovos infectivos ingeridos por HD jovens eclodem, e as larvas penetram na mucosa intestinal, alcançam a circulação e migram pelos pulmões, brônquios e esôfago; as larvas são deglutidas, passam pelo trato gastrintestinal e chegam até o ID, onde se desenvolvem em parasitos adultos (e). Em HD adultos, é comum ocorrer o encistamento das larvas nos tecidos, que posteriormente são reativadas em fêmeas no terço final da gestação e podem infectar seus filhotes pelas vias transplacentária (cães) e transmamária (cães e gatos) (f). No caso da ingestão de ovos infectivos por HP, as larvas ficam encistadas nos tecidos (g), e o ciclo se completa com a ingestão do HP pelo HD (h). A toxocaríase humana ocorre pela ingestão da forma infectante (ovos larvados ou HP); a migração da L3 pelos tecidos pode permanecer assintomática ou provocar diferentes síndromes: visceral, ocular e/ou neurotoxocaríase (i). A transmissão vertical em seres humanos pode ocorrer, mas é considerada rara. Adaptado 4,5

 

Cães e gatos podem ainda infectar-se por meio da ingestão de ovos larvados (L3) presentes no solo ou de hospedeiros paratênicos (roedores, aves e outros mamíferos) 7,9. Os seres humanos também se comportam como hospedeiros paratênicos, nos quais a L3 não se desenvolve até a forma adulta e migra pelos tecidos 9, o que pode desencadear reações inflamatórias com manifestações clínicas em diferentes graus de gravidade.

As diferentes manifestações clínicas da toxocaríase dependem da localização de migração da larva (Figura 2). A forma assintomática é a mais comum 25, porém existem outras formas da doença, como a visceral (Larva migrans visceral), com acometimento do fígado 10, pulmão 13, rim 14 e coração 15, entre outros; a ocular (Larva migrans ocular), com acometimento do globo ocular 16; e a neurológica, com migração pelo sistema nervoso central 26.

 

Formas da doença Manifestações clínicas
Visceral Febre, icterícia, hepatomegalia, dor e distensão abdominal 10
Linfadenopatia, dor e inchaço articular, cistos hepáticos 11 
Dificuldade respiratória e efusão pleural 12 
Nódulos pulmonares 13 
Síndrome nefrótica 14 
Miopericardite e efusão pericárdica 15
Ocular Diminuição da acuidade visual e leucocoria 16
Descolamento de retina e vasculite retiniana 17
Estrabismo, endoftalmite e granulomas oculares 18
Coriorretinite 19
Exotropia 4
Neurológica Dor de cabeça, otorreia e otalgia 20
Mielite, disfunção cognitiva e aumento da pressão intracraniana 21
Abscesso cerebral e epilepsia 22
Encefalomielite 23
Assintomática/oculta Sintomas inespecíficos (tosse, dor de cabeça, dor abdominal) acompanhados de hipereosinofilia e IgE elevada 24
Figura 2 – Principais formas da toxocaríase humana e manifestações clínicas

 

A transmissão da toxocaríase no homem se dá principalmente pela ingestão de ovos embrionados de Toxocara spp. presentes no solo 27. A ingestão de carne crua ou mal cozida 28,29,30 e de frutas e vegetais mal higienizados 31 são outros fatores associados à transmissão da doença.

 

Contaminação ambiental

A principal fonte de infecção para seres humanos é o solo contaminado por ovos de Toxocara spp. 32. Estima-se que cada fêmea do parasito seja capaz de produzir 200 mil ovos por dia 33, e que cães e gatos (acima de 6 meses de vida) liberam aproximadamente 84.100 ovos por km2 por dia 32.

Locais públicos, como praças, parques e praias, representam uma das principais fontes de infecção humana, uma vez que cães e gatos têm livre acesso a essas áreas, contaminando o solo por meio de fezes. Um estudo de metanálise realizado com solo de locais públicos revelou que 21% das amostras desses locais estavam contaminadas por ovos de Toxocara spp. no mundo 27. Na América do Sul, 25% das amostras resultaram positivas, enquanto o Brasil apresentou prevalência de 30%.

No Brasil, estudos têm mostrado a contaminação do solo por ovos de Toxocara spp. em praças públicas 34,35,36,37, escolas 38,39,40, balneários 41, praias 42,43,44 e ilhas 45. (Figuras 3, 4 e 5).

 

Figura 3 – Gato doméstico em aldeia indígena do litoral do Paraná. Animais como ele têm pouco acesso à assistência veterinária e defecam em áreas comunitárias. Créditos: Alexander W. Biondo

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Figura 4 – Gatos ferais que habitam áreas do Campus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP. Cerca de 350 animais colocam em risco as aves por predação, e pessoas e animais por contato com suas fezes. Há um projeto de manejo populacional para captura, castração, desverminação e adoção para esses animais. Créditos: Alexander W. Biondo­­­

 

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Figura 5 – Gato feral em área interna da Penitenciária Feminina do Paraná. Como ele, outros animais que ali vivem defecam em áreas de circulação de pessoas privadas de liberdade e de agentes carcerárias, como corredores e solário. Créditos: Alexander W. Biondo

 

Importância de T. cati em saúde pública

A maioria das pesquisas científicas com Toxocara spp. tem sido realizada com T. canis, enquanto T. cati tem sido negligenciado 46. A participação de T. cati na cadeia de transmissão tem sido subestimada em relação à de T. canis 32,46,47.

Nos últimos anos, a caracterização molecular de ovos recuperados de amostras de solo tem mostrado maior participação de T. cati na contaminação de ambientes públicos, como em Portugal 48, Polônia 49 e Irã 50. Um dos fatores para a maior contaminação de solo por ovos de T. cati seria o livre acesso de gatos a locais públicos (Figura 6). Além disso, a presença de cercas em locais públicos pode não ser impeditiva para o acesso de gatos a esses ambientes, devido à capacidade de escalada dessa espécie em relação aos cães 51.

 

Figura 6 – Presença de gatos não desverminados em locais públicos. O acesso de gatos à rua possibilita a deposição de fezes e a contaminação ambiental de Toxocara cati. A) Observa-se a presença, em passeio público, de frangos que são hospedeiros paratênicos de T. cati. B) Uma colônia de gatos não domiciliados em local público. Créditos: Vamilton A. Santarém

 

Na Inglaterra, os locais com maior densidade populacional de pessoas são os mesmos onde estão localizados o maior número de gatos não domiciliados 52, o que pode facilitar o acesso desses animais a locais de recreação e contaminação ambiental, especialmente em áreas de alta densidade populacional. Além disso, quanto maior o tempo em que os gatos transitam nas ruas, maior o risco de liberação de ovos de T. cati pelas fezes 53.

Além da ingestão de ovos do ambiente, os seres humanos podem se infectar por meio da ingestão de carne crua/mal cozida de hospedeiros paratênicos. Estudos têm mostrado, por meio de técnicas moleculares, a presença de larvas de T. cati em tecidos de hospedeiros paratênicos como avestruz, javali 29, frango 54 e porco 55.

 

Alternativas para redução da contaminação ambiental por T. cati

Tendo em vista a importância da ingestão de ovos de Toxocara spp. na transmissão da toxocaríase humana, a redução da contaminação ambiental é uma das estratégias fundamentais para o controle da doença.

O tratamento profilático dos filhotes é um dos pontos-chaves para eliminação das larvas transmitidas pela via transmamária (Figuras 7 e 8). A infecção dos filhotes permite a reprodução por parasitos adultos e alta produção de ovos 56, que podem permanecer viáveis no ambiente por até quatro anos, como observado em um estudo realizado na Rússia 57. De acordo com o Conselho Científico Europeu dos Parasitos dos Animais de Companhia (CCEPAC) 58, além da desverminação dos filhotes, recomenda-se o tratamento de gatas gestantes sete dias antes do parto e das lactantes 21 dias após o nascimento dos filhotes. Além disso, em animais que têm acesso à rua, o exame coproparasitológico acompanhado de tratamento anti-helmíntico é recomendado ao menos quatro vezes no ano.

 

Filhotes A partir de 3 semanas de idade, seguido de repetições quinzenais até o desmame, e depois tratamento mensal até os 6 meses
Lactantes Tratamento simultâneo à primeira dose dos filhotes
Figura 7 – Tratamento anti-helmíntico preventivo para Toxocara cati em filhotes de gatos

 

Figura 8 – Gatos filhotes podem se infectar por via transmamária pela ingestão de leite contaminado por larvas de Toxocara cati, razão da importância do tratamento anti-helmíntico preventivo em filhotes e em lactantes. Créditos: Alexander W. Biondo

 

A restrição de acesso de animais a ambientes públicos é importante para a redução da dispersão de ovos de Toxocara spp. A instalação de cercas é considerada outra medida importante. Em Fernandopólis, São Paulo, em locais onde não existem, a chance de contaminação por ovos de Toxocara spp. aumentou cerca de 10 vezes 51.

A coleta e a destinação adequada de fezes pode contribuir para a redução das chances de ovos passarem para o estado embrionário no ambiente. Alguns municípios do Brasil vêm adotando a multa para tutores que não recolhem os dejetos dos animais em locais públicos 59.

Portanto, é necessário implantar medidas de controle populacional e divulgar campanhas educativas sobre posse responsável para reduzir o abandono e a circulação de animais sem a supervisão de seus tutores.

 

Considerações finais

Nas Américas, um estudo de revisão revelou que Toxocara spp. tem sido mais prevalente em gatos do que em cães 3, inclusive no Brasil 60. Os gatos lideram a categoria de maior crescimento da população de animais domésticos no Brasil 61.

T. cati tem sido um parasito subestimado, embora tenha relevância na cadeia de transmissão da toxocaríase humana. Estudos com caracterização molecular de ovos de Toxocara spp. têm mostrado a participação de T. cati na contaminação de espaços públicos em várias cidades do mundo. No Brasil, a contaminação de solo tem sido observada em vários locais (praças, escolas e praias), porém dados sobre a caracterização molecular dos ovos ainda são escassos na literatura, o que constitui uma lacuna no conhecimento sobre o real papel de T. cati na contaminação ambiental no país.

Os métodos sorológicos para pesquisa de anticorpos anti-Toxocara spp. são utilizados para avaliação da ocorrência da infecção pelo parasito em seres humanos, porém a técnica não permite a identificação da espécie envolvida e indica apenas que um indivíduo foi exposto à infecção 45,62,63. Dessa forma, não é possível a identificação da espécie de Toxocara spp. envolvida na infecção das pessoas.

O aumento do trânsito de gatos semidomiciliados ou abandonados em vias públicas pode representar maior risco de contaminação ambiental por T. cati, sendo necessária a adoção de alternativas para redução da contaminação ambiental e para a posse responsável de gatos.

A cobertura de caixas de areia pode evitar que os gatos defequem durante a noite e contaminem esses locais. Além disso, a substituição de caixas de areia por piso de concreto pode facilitar a remoção das fezes e a redução da contaminação ambiental.

É preciso implantar medidas educativas a respeito da toxocaríase, pois a falta de informações sobre T. cati pode fazer que a população não dê a devida importância a exames copropasitológicos e tratamento anti-helmíntico dos gatos, favorecendo a contaminação ambiental e aumentando o risco da infecção em seres humanos.

O médico-veterinário tem papel fundamental na orientação dos tutores sobre a prevenção da toxocaríase (Figura 9), como a realização do tratamento anti-helmíntico, a coleta de fezes dos animais, evitar ingestão de solo e roer unhas, e a higienização das mãos após contato com pets ou material fecal.

 

Figura 9 – Os gatos são cada vez mais escolhidos como animais de estimação. O médico-veterinário deve orientar os tutores sobre a posse responsável, incluindo recomendações sobre a restrição do acesso desses animais às ruas e a importância da realização de exames coproparasitológicos e tratamento anti-helmíntico, visando a redução da contaminação ambiental por ovos de Toxocara cati. Créditos: XiXinXing

 

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