Cartilha sobre lutos em emergências e desastres
Acolhimento quando tudo parece ter desmoronado
Adriana Silveira Cogo e Maria Helena Pereira Franco são psicólogas com vasta experiência em situações de acolhimento em emergências e desastres, e desenvolveram a obra Conversando sobre os lutos em emergências & desastres, conteúdo de acolhimento para profissionais que atuam com o sofrimento dessas situações.
A cartilha nasceu do compromisso ético com quem sofre perdas, objetivando o cuidado respeitoso para a manutenção dos vínculos.
É um convite aberto, direto e sensível para olhar os lutos daqueles que sofreram em emergências, desastres ou calamidades com presença, escuta e humanidade, para que se possa estar ao lado de quem vive perdas.
Em muitos desses contextos, o luto não chega com despedida ou com o corpo presente, e sim com a chegada de notícia abrupta e ausência de explicação, desfazendo e mudando tudo na vida.
A urgência, nesses momentos, não é “fazer a pessoa seguir em frente”, mas garantir que ela não precise seguir sozinha. A escuta mais potente é aquela que apenas acompanha o silêncio com presença.
O luto em emergências e desastres requer que se pense em perdas múltiplas: da casa, da escola, da rotina, dos documentos, dos animais de estimação, da sensação de segurança, e muitas outras. Todas essas perdas doem – e devem ser reconhecidas.
Validar o luto é reconhecer o que a pessoa sente, e que ela tem direito a viver isso no seu tempo, pois ele não é doença, é expressão de amor.
Equipes que atuam em campo também sofrem. São profissionais que escutam histórias duras, enfrentam condições adversas e, muitas vezes, também vivem suas próprias perdas – materiais, simbólicas ou afetivas. Por isso, cuidar de quem cuida, acolher o luto e o cansaço desses profissionais, também é parte essencial.
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